O Banco Central (BC) divulgou na manhã desta segunda-feira (21) o Relatório Focus, que voltou a projetar alta no IPCA, índice da inflação oficial, de 2022 pela sexta semana consecutiva, se distanciando ainda mais do teto da meta deste ano, que era de 5%. A estimativa divulgada hoje avançou de 5,50% para 5,56% – um mês atrás era 5,15%.
O objetivo do BC para esse ano era de 3,50%, com tolerância de 2% a 5%. Ao que tudo indica, esse será o segundo ano consecutiva que a meta será rompida – ano passado, a meta ficou 4,81 pontos percentuais acima do teto. Já a expectativa do IPCA de 2023, apesar de continuar estacionado em 3,5%, também está acima do centro da meta, mas ainda dentro do limite. O objetivo é ficar no 3,25%, com tolerância de 1,75% a 4,75%.
O Executivo de Investimentos da Invest4U, Vinicius Felchack, alerta para as consequências do aumento do IPCA. “É importante ressaltar que o aumento do IPCA é acompanhado por uma possível alta da taxa básica de juros, a Selic. Com isso, veremos diversos ativos de renda fixa indexados à taxa, que devem seguir o avanço, como CDBs e afins. Além disso, é importante analisar financiamentos e empréstimos, pois esses também podem ter valores alterados por serem atrelados ao índice citado“, explica.
A projeção para a taxa básica de juros, a Selic, não sofreu alterações e continua a 12,25% para 2022 e 8% para o ano que vem. A Selic é a principal ferramenta do BC para controlar a inflação.
O mesmo aconteceu com o Produto Interno Bruto (PIB), em que as estimativas de crescimento ficaram em 0,30% para este ano e 1,50% para 2023. Já a projeção do dólar caiu de R$5,58 para R$5,50 ao final de 2022. Em 2023, a expectativa passou de R$5,45 para R$5,36.