O mercado aumentou a previsão da inflação para 2022 e 2023, segundo os dados parciais divulgados do Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (6). A projeção é de que o IPCA termine o ano em 8,89%, ante previsão de 7,89% no último relatório divulgado, dia 02 de maio. Já para 2023, a previsão ficou em 4,39%.

A estimativa das mais de 100 instituições financeiras consultadas pelo BC também aumentaram a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), saindo dos 0,70% e atingindo alta de 1,20%. Em 2023, a expectativa recuou para 0,76%, ante projeção de 1%.

A taxa Selic, por outro lado, foi mantida em 13,25% para 2022. Para ano que vem, foi ajustado uma alta de 9,75%, ante 9,25%. O dólar também sofreu alta, saindo da previsão dos R$ 5,00 e indo para R$ 5,05.

“Após o hiato de um mês sem a divulgação do Boletim Focus, já era esperado que, com a intensificação da guerra entre Rússia e Ucrânia e o anúncio de lockdowns chineses para conter os novos casos de Covid-19 (na última semana é que foram relaxadas as restrições por lá), a inflação apresentasse um avanço. De fato, a projeção subiu em 1%, visto que a cadeia de insumos e a produção global foram muito afetadas com os embargos ao petróleo russo em evidência. Esse movimento afeta diretamente a taxa básica de juros (hoje em 12,75%), que precisa ser estipulada com cautela, para não afetar tanto o crescimento econômico nacional. Com esse cenário incerto e de juros elevados, o investidor encontra ativos mais atraentes dentro da renda fixa, e mantém um olho nas eleições presidenciais ao final de 2022 e outro olho na retomada mundial“, explica o Executivo de Investimentos da Invest4U, Vinicius Felchack.

A publicação do Boletim Focus vem sendo afetada há meses pelo greve dos servidos do Banco Central, que pede reajuste salarial de 27% e mudanças no plano de carreira. A greve começou no dia 01 de abril e teve uma pausa de duas semanas, entre os dias 19 de maio e 2 de maio.