O Conselho de Administração da Petrobras se reuniu na última quarta-feira (25), para definir o processo de posse de Caio Mario Paes de Andrade, indicado pelo governo para ocupar a presidência da estatal. Ele passará por várias etapas e, se aprovado, sucederá José Mauro Ferreira Coelho.
Segundo deliberação do conselho comunicada ao mercado, a indicação de Andrade será submetida ao processo de governança interna, observada a Política de Indicação de Membros da Alta Administração, para a análise dos requisitos legais e de gestão e integridade e, posterior, manifestação do Comitê de Pessoas.
Após essa etapa, em razão de Ferreira Coelho ter sido eleito na assembleia geral ordinária de 13 de abril último, e de a sua destituição, caso aprovada em assembleia geral extraordinária (AGE), acarretar a destituição dos demais membros do conselho eleitos pelo mesmo processo, a convocação da nova AGE pressupõe o envio das indicações dos demais sete membros para o Conselho de Administração.
Também será necessária a manifestação do Comitê de Pessoas sobre o enquadramento dos indicados aos requisitos e às vedações legais, regulamentares e estatutárias, para que seja incluída na proposta da administração para a realização de uma AGE.
“Após as mencionadas etapas, o conselho se reunirá novamente para deliberar sobre a convocação da AGE com as seguintes matérias: destituição do Sr. José Mauro Ferreira Coelho do cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras, a qual, se aprovada, demandará a eleição de oito membros do Conselho de Administração da Petrobras e a eleição do Presidente do Conselho de Administração da Petrobras”, destacou a estatal.
A companhia esclareceu que todas as suas assembleias gerais estão sujeitas ao prazo mínimo de 30 dias entre a convocação e a realização, em razão de ser emissora de ações que servem de lastro para American Depositary Receipts (ADRs).
Troca na presidência da Petrobras
Após cerca de 40 dias, o governo federal, acionista controlador da Petrobras, decidiu trocar o presidente da estatal, demitindo José Mauro Ferreira Coelho. Essa é a terceira troca na presidência da companhia durante o mandato de Jair Bolsonaro – os dois anteriores, Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna, também foram demitidos.
Especialistas analisam que a troca de comando acontece por conta da progressiva elevação do preço de combustíveis e a insatisfação do governo com a atual política de preços da Petrobras, que está submetida, desde 2016, ao critério de paridade internacional. Com isso, o preço do combustível varia de acordo com a cotação do barril de petróleo no mercado internacional. Hoje, por volta das 10h (horário de Brasília), o barril do petróleo Brent estava cotado a US$ 111,57, enquanto o WTI estava a US$ 111,09.
O mercado reagiu negativamente à notícia da troca de comando e no dia seguinte ao anúncio, que aconteceu na noite de segunda-feira (23), as ações da estatal caíram quase 3%. No fechamento do mercado ontem, as ações ON e PN (PETR3; PETR4) tinham desvalorizado -5,52% e -6,20%, respectivamente, durante a semana.
com informações da Agência Brasil