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O que Rafael Nadal faria no seu lugar?

Na vida, nos investimentos e nos esportes somos constantemente testados, mas com bons métodos, com disciplina e controle das emoções podemos alcançar extraordinários resultados.

O que Rafael Nadal faria no seu lugar? (Eduardo Balestrieri / Twenty20)

Até mesmo para profissionais com décadas de experiência, é muito difícil blindar totalmente as decisões de investimento das emoções e das variações de preço dos ativos.

Stanley Druckenmiller, um dos maiores veteranos do mercado, em certa entrevista revelou:

“Não faz sentido algum, mas quando um ativo sobe cada osso do seu corpo quer comprar mais. E quando ele cai você luta para se obrigar a não vendê-lo. É apenas da natureza humana”.

Lutar contra nossas próprias emoções e vencê-las não é para qualquer um. A maioria dos seres racionais adapta suas crenças às evidências do momento. Abandona suas crenças e se deixa levar. Somente uma pequena parcela, os melhores, se mantém convicta a uma quase-irracionalidade, não se deixando levar pelo momento.

Seja no mercado financeiro ou nos esportes, não se entregar às emoções é privilégio dos campeões.

Semanas atrás, Rafael Nadal ganhou seu 21º Grand Slam numa final em que chegou a ficar 2 sets atrás no placar e em que chegou a ter apenas 4% de probabilidade de vitória. Qualquer outro se entregaria à evidência clara da derrota. Mas Nadal, com uma convicção irracional da sua vitória, fez o oposto e lutou.

Controlou sua mente, não perdeu a cabeça, não quebrou raquete nem gritou com o juiz de cadeira. Se manteve convicto, focado e animado nos momentos de altos e baixos e confiante no seu kit de ferramentas, nos seus processos e filosofias. Nadal se manteve concentrado naquilo que estava sob seu controle: o jogo. E ponto após ponto, foi virando as probabilidades a seu favor.

Gerenciar as emoções e o lado psicológico é fundamental para atingir o sucesso.

Não é porque a ação está caindo que significa necessariamente que nós devemos vender. Se está caindo significa que devemos reavaliar nossa tese e cenário, mas não que devemos vendê-la. Da mesma forma, não devemos ficar animados quando uma ação está subindo, nem comprar mais por essa razão.

Mas isso não é fácil, nem mesmo para profissionais extremamente experientes, como Druckenmiller. Em 2000, depois de surfar o boom das techs e ganhar bilhões na formação da bolha do Nasdaq, ele cometeu um dos maiores erros da sua carreira.

Depois de ter vendido tudo em 1999 e zerado posição comprada em ações, não aguentou ver seus pares, também portfólio managers no Soros Fund que não tinham vendido, ganhando muito dinheiro com a continuidade da bolha. Vendo a bolsa subir todos os dias e assistindo outros ganhando dinheiro, Stanley Druckenmiller não resistiu e em janeiro de 2000 recomprou, apesar de saber que o preço estava extremamente caro.

Ele não foi disciplinado, deixou a emoção levar e nos dias seguintes perdeu US$3 bilhões com o estouro da bolha e queda nos preços das ações.

O equilíbrio emocional vem da experiência, nos acertos e erros, mas, acima de tudo, da disciplina e no respeito ao processo. Quando se tem um método testado e comprovado, basta ter disciplina de segui-lo dia após dias, faça chuva ou faça sol.

A maioria de nós faz exatamente isso, combinamos nossa convicção com os dados correntes. Nadal fez o contrário e é uma lição para quem persegue a grandeza.

Na vida, nos investimentos e nos esportes somos constantemente testados, mas com bons métodos, com disciplina e controle das emoções podemos alcançar extraordinários resultados.


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