O Monitor do PIB, divulgado nesta terça-feira (21) pelo Instituto de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), apontou um crescimento de 0,3% na atividade econômica em abril, na comparação com o mês anterior. Na comparação anual, a economia cresceu 3,6% em abril e 2,8% no trimestre móvel encerrado em abril.
“O crescimento de 0,3% do PIB em abril em comparação a março é o terceiro consecutivo, embora seja a uma taxa menor que as anteriores. A despeito do crescimento da agropecuária e da indústria, o setor de serviços parou de contribuir para o PIB da mesma forma que vinha contribuindo, principalmente devido a retração de comércio e transporte. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias também cresce pelo terceiro mês consecutivo. O único segmento de consumo a retrair foi o de produtos duráveis o que pode ser reflexo da elevação da taxa de juros e das incertezas com relação ao desempenho econômico e político no ano eleitoral “, explica Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
Segundo o levantamento, o consumo das famílias cresceu 4,8% no trimestre móvel encerrado em abril, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os responsáveis pela alta foram o consumo de serviços (7,5%), de bens não duráveis (2,1%) e de bens semiduráveis (13,3%). Em contrapartida, o consumo de bens duráveis foi o único componente em queda.
A formação bruta de capital fixo apresentou retração de 5,2% no trimestre móvel findo em abril em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. Esse resultado negativo foi influenciado pela elevada queda no componente de máquinas e equipamentos (-10,7%). Já a exportação de bens e serviços apresentou crescimento de 1,5% no trimestre móvel, em comparação com o mesmo período de 2021. A exportação de bens intermediários, de bens de consumo e de produtos agropecuários reduziram muito sua contribuição nas exportações, o que explica o menor crescimento das exportações de bens.
O levantamento ainda mostra que a importação de bens e serviços apresentou retração de 8,2% no trimestre móvel encerrado em abril em comparação ao mesmo período do ano passado. Essa queda foi influenciada principalmente pelo desempenho negativo na importação de bens intermediários (-14,5%).
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB até abril de 2022 foi de aproximadamente R$ 2,98 trilhões. A taxa de investimento em abril de 2022 foi de 18,7%, na série a valores correntes. Este resultado apresenta uma taxa de investimento acima da taxa de investimento média trimestral considerando o período desde 2000 e acima da taxa de investimento média considerando o período desde o 1º trimestre de 2015.