A análise divulgada nesta quinta-feira (31) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que o IPCA, considerado a inflação oficial do país, deve fechar o ano de 2022 em 6,5% – 1,5% a mais do que a meta do Banco Central. Em dezembro, a projeção era de 5,5%. Para 2023, a projeção para o IPCA é de 3,6%.
Já para o Produto Interno Bruto (PIB), o Ipea manteve a previsão de crescimento de 1,1%. As estimativas aparecem na nova edição da Visão Geral da Conjuntura, uma avaliação trimestral da economia brasileira realizada pelo Ipea. Os seis analistas que assinam o documento avaliam diversos fatores que impactam no PIB, como conjuntura, produção e inflação.
Na projeção, foi observada a redução do crescimento esperado para o setor agropecuário em 2022, de 2,8% para 1%. A queda foi impulsionada por uma redução de 8,8% nas estimativas de produção de soja.
Também houve piora na projeção da indústria para a qual calcula-se uma retração de 0,8%. Na última análise, feita no final de dezembro, a previsão era de estagnação. A revisão, segundo o documento, leva em conta os efeitos persistentes da desorganização das cadeias de abastecimento globais e os impactos defasados do maior aperto monetário doméstico.
Em compensação, houve melhora no setor de serviços, que saltou de 1,3% para 1,8%. A evolução considera a redução gradual dos efeitos da pandemia sobre a mobilidade urbana e as atividades econômicas. “A recuperação do setor de serviços deverá sustentar o bom desempenho dos indicadores de ocupação, gerando um efeito positivo na demanda doméstica”, avaliam os analistas do Ipea.
O cenário previsto para o PIB em 2023, uma alta de 1,7%, aposta na redução gradual dos juros a partir de janeiro do próximo ano. A previsão de queda nas taxas de inflação, que deve favorecer o mercado de crédito e os investimentos, foi outro elemento considerado. Os seis analistas acreditam que o aumento de preços de commodities tende a ser temporário e que a taxa de câmbio deverá ficar estável em relação ao fim de 2022, em R$ 5,20.
com informações da Agência Brasil