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IPCA: inflação recua 0,68% em julho, pressionado pela queda do combustível

Inflação oficial acumula alta de 10,07% nos últimos 12 meses e de 4,77% no ano

IPCA: inflação recua 0,68% em julho, pressionado pela queda do combustível (RossHelen/Envato)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, fechou o mês de julho com deflação de -0,68%, a menor taxa da série histórica, iniciada em 1980. No acumulado do ano, o índice teve alta de 4,77% e em 12 meses ficou em 10,07%. Em junho, a inflação havia subido 0,67%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira(9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, o índice foi pressionado pela queda no preço dos combustíveis, além da tarifa de energia elétrica. A gasolina caiu 15,48%, o etanol teve redução de 11,38% e o gás veicular ficou 5,67% mais barato.

A Petrobras no dia 20 de julho anunciou uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras. Além disso, nós tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%). Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Outro grupo que contribuiu para o resultado da inflação foi vestuário, com uma desaceleração de 1,67% para 0,58%, após apresentar a maior variação positiva entre os grupos pesquisados nos meses de maio e junho. Também mostrou ritmo de desaceleração o grupo de saúde e cuidados pessoais (0,49%) devido à variação inferior dos valores dos planos de saúde (1,13%), na comparação com o mês de junho (2,99%), e à queda de 0,23% dos itens de higiene pessoal, frente à alta de 0,55% em junho.

Em contrapartida, o setor de alimentação e bebidas acelerou no mês de julho. “O grupo teve a maior variação (1,30%) e impacto positivo (0,28 p.p.) no índice do mês. O resultado foi puxado pelo leite longa vida que subiu mais de 25% e pelos derivados do leite como queijo (5,28%) e manteiga (5,75%), por exemplo. Essa alta do produto se deve, principalmente, a dois fatores: primeiro porque estamos no período de entressafra, que vai mais ou menos de março até setembro, outubro, ou seja, um período em que as pastagens estão mais secas e isso reduz a oferta de leite no mercado e o fato de os custos da produção estarem muito altos”, comenta o gerente da pesquisa.

Todas as regiões tiveram variação negativa em julho. A menor variação foi registrada em Goiânia (-2,12%), onde pesaram as quedas de 21,57% nos preços da gasolina e de 14,90% na energia elétrica. A maior variação, por sua vez, foi em São Paulo (-0,07%), única região a apresentar alta de energia elétrica (0,37%) no mês. Adicionalmente, contribuíram também para o resultado da área as altas do leite longa vida (21,95%) e do aluguel residencial (1,85%).

RegiãoJulho2022Últimos 12 meses
São Paulo– 0,07%+ 5,19%+ 10,50%
Recife– 0,42%+ 5,41%+ 10,69%
Rio de Janeiro– 0,44%+ 5,60%+ 10,58%
Porto Alegre– 0,59%+ 3,24%+ 8,69%
São Luís– 0,63%+ 5,22%+ 10,46%
Fortaleza– 0,65%+ 5,65%+ 10,17%
Rio Branco– 0,92%+ 4,20%+ 9,61%
Campo Grande– 0,95%+ 4,65%+ 10,13%
Brasília– 0,98%+ 4,25%+ 9,49%
Salvador– 1,06%+ 5,48%+ 11,38%
Belo Horizonte– 1,07%+ 4,45%+ 9,41%
Aracaju– 1,21%+ 5,25%+ 10,41%
Belém– 1,29%+ 3,66%+ 7,17%
Vitória– 1,31%+ 2,99%+ 9,12%
Curitiba– 1,41%+ 4,67%+ 10,86%
Goiânia– 2,12%+ 3,32%+ 8,98%
Brasil-0,68%+ 4,77%+ 10,07%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de -0,60% em julho, a menor variação registrada desde o início da série histórica, iniciada em abril de 1979. O índice acumula alta de 4,98% no ano e de 10,12% nos últimos 12 meses. Os produtos alimentícios passaram de 0,78% em junho para 1,31% em julho. Os não alimentícios foram de 0,57% para -1,21%.

Vale lembrar que o IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos.

com informações da Agência Brasil e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)


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