O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 0,47% em maio , taxa inferior ao 1,06% de abril deste ano e aos 0,83% de maio do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são abaixo do esperado pelo mercado, que projetava alta de 0,60%.
Com o resultado de maio, o IPCA acumula taxa de 4,78% no ano. Em 12 meses, a inflação acumulada é de 11,73%, número abaixo dos 12,13% registrados no mês anterior. O índice acumulado em 12 meses segue, pelo nono mês consecutivo, acima de 10%.
O dado demonstra uma possibilidade de que o pior cenário do pico da inflação pode ter sido deixado para trás, com o resultado para o mês de maio sendo muito influenciado pela queda no custo da energia elétrica (agora sem a tarifa imposta durante a crise hídrica) e pela desaceleração dos preços dos alimentos e dos combustíveis. É importante ressaltar que ainda estamos longe de uma inflação controlada de fato e os índices mostram uma desaceleração, ou seja, os preços vieram com um aumento menor do que era esperado pelo mercado. A cadeia global de insumos ainda está bastante afetada pela guerra entre Rússia e Ucrânia e os embargos ao petróleo russo e também pelo lockdown chinês, que apenas na última semana relaxou suas medidas restritivas.
Vinicius Felchack, Executivo de Investimentos da Invest4U
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em maio. O maior impacto para a inflação do mês veio dos transportes, que subiram 1,34%, devido principalmente à alta de 18,33% no preço das passagens aéreas. Os combustíveis tiveram variação de preços de 1%, abaixo da alta de 3,20% do mês anterior.
O segundo maior impacto no mês veio da saúde e cuidados pessoais, com inflação de 1,01%. Os produtos farmacêuticos, que tiveram alta de preços de 2,51% no período, foram, junto com as passagens aéreas, o item que mais pesou no IPCA de maio. Os planos de saúde, por sua vez, seguem em queda (-0,69%). O reajuste de 15,5% aprovado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no dia 26 de maio será incorporado a partir do IPCA-15 de junho, seguindo a metodologia empregada nos anos anteriores.
Os alimentos tiveram inflação de 0,48%, bem abaixo dos 2,06% do mês anterior. Alguns itens tiveram queda de preços, como tomate (-23,72%), batata-inglesa (-3,94%) e cenoura (-24,07%). Apesar disso, alguns produtos tiveram alta, como leite longa vida (4,65%) e cebola (21,36%).
Já o vestuário teve inflação de 2,11% e foi o grupo de despesas com maior alta de preços no mês. Habitação foi o único grupo com deflação (queda de preços) de -1,70%.
Apenas Vitória (-0,08%) teve variação negativa em maio, principalmente devido às quedas nos preços da energia elétrica (-10,48%) e do tomate (-39,93%). Já a maior alta foi em Fortaleza (1,41%), puxada por energia elétrica (6,97%) e gasolina (2,19%).
Região | Maio | 2022 | Últimos 12 meses |
Fortaleza | + 1,41% | + 5,69% | + 11,89% |
Salvador | + 1,29% | + 5,29% | + 12,98% |
Aracaju | + 0,74% | + 5,82% | + 12,12% |
Rio de Janeiro | + 0,56% | + 5,66% | + 11,60% |
Recife | + 0,55% | + 4,67% | + 12,01% |
Porto Alegre | + 0,47% | + 3,14% | + 10,79% |
Curitiba | + 0,38% | + 5,49% | + 14,19% |
Goiânia | + 0,37% | + 5,02% | + 12,39% |
Belém | + 0,36% | + 4,75% | + 9,52% |
São Paulo | + 0,35% | + 4,63% | + 11,58% |
Brasília | + 0,31% | + 4,43% | + 10,85% |
São Luís | + 0,28% | + 5,35% | + 11,97% |
Belo Horizonte | + 0,27% | + 4,71% | + 10,93% |
Campo Grande | + 0,27% | + 4,98% | + 12,07% |
Rio Branco | + 0,21% | + 4,33% | + 11,33% |
Vitória | – 0,08% | + 3,73% | + 11,53% |
Brasil | + 0,47% | + 4,78% | + 11,73% |