O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de -0,36% em agosto. Esse é o segundo mês de deflação da inflação oficial do país, que em julho já havia registrado recuo de -0,68%. Com o resultado divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice agora acumula alta de 4,39% no ano e de 8,73% nos últimos 12 meses.
“Alguns fatores explicam a queda menor em relação a julho. Um deles é a retração menos intensa da energia elétrica (-1,27%), que havia sido de -5,78% no mês anterior, em consequência da redução das alíquotas de ICMS. Também houve aceleração de alguns grupos, como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos forte do grupo de transportes em agosto. No mês anterior, os preços da gasolina, que é o item de maior peso no grupo, tinham caído -15,48% e, em agosto, a retração foi menor (-11,64%)”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Assim como já havia acontecido em julho, o resultado de agosto foi influenciado principalmente pela queda no grupo dos Transportes (-3,37%), que contribuíram com -0,72 ponto percentual (p.p.) no índice do mês. Além disso, o grupo Comunicação (-1,10%) também recuou, com impacto de -0,06 p.p. No lado das altas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais (1,31%), que contribuiu com 0,17 p.p. em agosto. Já o grupo de Alimentação e bebidas (0,24%) desacelerou em relação a julho (1,30%), com impacto de 0,05 p.p. Os demais grupos ficaram entre o 0,10% de Habitação e o 1,69% de Vestuário, maior variação positiva no IPCA de agosto.
Regionalmente, três das 16 capitais tiveram alta em agosto. A maior variação positiva foi em Vitória (0,46%), influenciada pela alta 11,16% na energia elétrica. Enquanto o menor resultado ocorreu em Recife (-1,40%), puxado pela queda de -16,23% nos preços da gasolina.
Região | Agosto | 2022 | Últimos 12 meses |
Vitória | + 0,46% | + 3,46% | + 8,21% |
Belém | + 0,18% | + 3,84% | + 6,56% |
Rio de Janeiro | + 0,01% | + 5,62% | + 9,87% |
São Paulo | – 0,01% | + 5,18% | + 9,34% |
Salvador | – 0,17% | + 5,30% | + 10,42% |
Brasília | – 0,22% | + 4,02% | + 7,75% |
Goiânia | – 0,32% | + 3,00% | + 7,50% |
Rio Branco | – 0,34% | + 3,84% | + 8,65% |
Campo Grande | – 0,39% | + 4,24% | + 8,73% |
Curitiba | – 0,46% | + 4,19% | + 9,04% |
Aracaju | – 0,50% | + 4,73% | + 9,16% |
Fortaleza | – 0,74% | + 4,87% | + 8,89% |
Porto Alegre | – 0,90% | + 2,31% | + 6,95% |
São Luís | – 1,07% | + 4,09% | + 8,39% |
Belo Horizonte | – 1,25% | + 3,14% | + 7,58% |
Recife | – 1,40% | + 3,94% | + 8,43% |
Brasil | – 0,68% | + 4,39% | + 8,73% |
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC teve queda de -0,31% em agosto. No mês anterior, o indicador também apresentou deflação (-0,60%). No ano, o INPC acumula alta de 4,65% e, nos últimos 12 meses, de 8,83%, abaixo dos 10,12% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2021, a taxa foi de 0,88%.
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.