O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI), que mede a inflação do país, subiu 1% em relação abril, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Departamento de Trabalho dos EUA. O número é acima do esperado pelo mercado, que projetava uma alta de 0,7%.
A taxa anual da inflação avançou para 8,6% em maio, o resultado mais alto para 12 meses desde dezembro de 1981. Já o núcleo de inflação, que exclui alimentos e energia que são mais voláteis, subiu 0,6% na comparação mensal e 6,0% na anual – também acima do esperado pelo mercado.
A alta do índice de inflação americana é um dado importante para medir o comportamento da política monetária que o Federal Reserve irá adotar nas próximas reuniões. Com a pressão inflacionária, o governo será mais hawkish (mais propenso ao aumento dos juros) e deve acelerar esses aumentos. O efeito é imediato nas bolsas mundiais e na cotação do dólar, já que com juros mais altos na renda fixa dos EUA, a atratividade da renda fixa aumenta e a relação de risco-retorno em ações pesa. Com isso, investidores de renda variável podem passar por mais dias turbulentos nos próximos dias, até uma nova divulgação dentro ou abaixo da expectativa do mercado.
Vinicius Felchack, Executivo de Investimentos da Invest4U
O aumento no CPI reflete uma alta generalizada nos preços, com os índices de moradia, gasolina e alimentação. “Embora quase todos os principais componentes tenham aumentado ao longo do mês, os maiores contribuintes quando se exclui alimentos e energia foram os índices de habitação, passagens aéreas, carros e caminhões usados e veículos novos. Os índices de cuidados médicos, móveis e operações domésticas, recreação e vestuário também aumentaram em maio“, diz o comunicado do Departamento de Trabalho.
O índice de energia registrou um aumento de 34,6% em relação a um ano antes. No mesmo período, o índice de alimento subiu 10,1%, ficando acima de 10% pela primeira vez também desde 1981.