O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira (10) o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês). Os dados indicaram um aumento de 0,6% na inflação do país no mês de janeiro, maior que o esperado por especialistas.
Na comparação anual, a inflação americana subiu 7,5% nos últimos 12 meses, também acima do esperado, que era 7,3%. Esse é o maior avanço anual dos últimos 40 anos. A Casa Branca já havia anunciado na quarta-feira (9) que os números de janeiro seriam ruins.
Para o Executivo de Investimentos da Invest4U, Vinicius Felchack, esse dado influenciará o humor do mercado nos próximos meses e comentou a maior alta desde 1982. “Isso se deve à uma política monetária superestimulativa (incentivo ao consumo e taxas de juros baixas) e uma grande injeção de dólares no mercado americano durante o momento mais vulnerável da pandemia. Hoje, a maior economia do mundo mostra sua recuperação em V-Shape (forma de V) e, os dados de consumo e de emprego, denotam que o país já está aquecido. Somando os dados citados com a inflação, fica mais claro entender o porquê o Fed antecipou a alta na taxa de juros para 2022 e o corte dos estímulos ao mercado“, explica.
O mercado financeiro se mostrava apreensivo com os resultados, visto que um número acima do esperado pressionaria ainda mais o Fed (Federal Reserve) a remover o estímulo monetário mais rápido que o sinalizado, aumentando os juros.
“Quando há uma elevação nas taxas, o impacto mais visível é o das bolsas e suas ações. O investidor demonstra menor apetite ao risco e tende a voltar parte de seus investimentos para uma classe mais segura, buscando um melhor equilíbrio do risco-retorno na renda fixa. Com isso, há um movimento de sell-off (venda) de ativos mais voláteis, como ações de empresas de tecnologia e empresas de crescimento, que, por sua vez, fazem as bolsas oscilarem para baixo. Até que inflação americana se estabilize, teremos meses de menor crescimento nos EUA e de maior volatilidade nos ativos“, alerta Felchack,