O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu em quase um ponto percentual a previsão de crescimento global para 2022, influenciado pela guerra na Ucrânia e pelas sanções econômicas impostas contra a Rússia. O Fundo prevê agora um crescimento de 3,6% este ano, ante expectativa de 4,4%, segundo relatório do Panorama Econômico Global divulgado hoje (19).
“A crise causada pela guerra se desenrola ao mesmo tempo em que a economia global ainda não se recuperou totalmente da pandemia de covid-19“, explicou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em artigo publicado no blog do Fundo junto com o relatório. “Mesmo antes da guerra, a inflação em muitos países estava subindo em razão de desequilíbrio de oferta e demanda, levando a apertos na político monetária“, completou.
O FMI ainda afirmou que a perspectiva para a inflação em todo o mundo é de alta, já que a guerra impacta diretamente no preço de alimentos e combustíveis – sendo ainda pior para países com população de baixa renda.
“Neste contexto, além do impacto imediato e tragédia humanitária, a guerra vai desacelerar o crescimento econômico e aumentar a inflação. No geral, os riscos à perspectiva econômica aumentaram significativamente e as escolhas políticas se tornaram mais desafiadoras […] A Rússia é um grande fornecedor de petróleo, gás e metais e, junto com a Ucrânia, de trigo e milho. Importadores dessas commodities na Europa, no Cáucaso e Ásia Central, no Oriente Médio e Norte da África e na África Subsaariana são os mais afetados — mas o aumento generalizado de alimentos e combustíveis afetará as famílias de baixa renda em todo o mundo, inclusive nas Américas e no restante da Ásia” finalizou Gourinchas.
Por outro lado, o FMI aumentou a expectativa de crescimento do Brasil neste ano para 0,8%, ante os 0,3% estimados em janeiro – no entanto, o Fundo não explicou o motivo da revisão para cima. Já para 2023, houve uma redução na expectativa, saindo de 1,6% para 1,4%. Para as economias emergentes, no geral, o FMI também reduziu a previsão de crescimento em 1 ponto percentual, caindo para 3,8%.