O Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, anunciou na tarde desta quarta-feira (16) uma alta na taxa de juros de 0,25 ponto percentual, para intervalo de 0,25% a 0,50% ao ano. É a primeira vez que eles aumentam a taxa desde 2018 e vem de acordo com a expectativa do mercado.
Em comunicado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) informou em comunicado que “os próximos aumentos nesse ritmo [de 0,25%] é o mais apropriado“.
O presidente do Fed, Jerome Powell, alertou que a invasão da Ucrânia iria colocar uma pressão maior da inflação americana e que ela iria demorar mais do que o esperado para retornar à meta. Ele ainda lembrou que há mais sete reuniões do Fomc neste ano e afirmou: “teremos sete alta de juros”.
Além dessa alta no juros, o Fed sinalizou que a partir da próxima reunião, que acontece em maio, irá começará a retirar os estímulos à economia que foram estabelecidos durante a pandemia.
“Considerando a pressão inflacionária dos últimos dias, baseado no avanço repentino das commodities como petróleo, milho, trigo, carnes e soja e levando em conta de que a economia americana tem demonstrado uma aquecimento, o banco central dos EUA ajustou suas perspectivas econômicas em várias frentes, já que se vê com uma inflação muito mais alta do que a expectativa em dezembro do ano passado e um crescimento do PIB consideravelmente mais lento“, explica Vinicius Felchack, executivo de investimentos da Invest4U.
“Sendo assim, não houve grandes surpresas quanto ao aumento da taxa em si, mas como esse cenário deve se estender a um prazo mais longo, as autoridades tiveram uma postura mais dura quanto à retirada de estímulos e quanto ao pacing [ritmo] de avanço da taxa“, concluiu.
As autoridades monetárias dos Estados Unidos ainda elevaram a projeção de inflação do país de 2,6% para 4,3% em 2022, além de prever uma redução do crescimento do PIB americano de 4% para 2,8%. A projeção da taxa de desemprego se manteve em 3,5%.