O índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação norte-americana, avançou 1,3% em junho, atingindo o nível histórico de 9,1% nos últimos 12 meses. A alta veio acima do esperado pelo mercado, que projetava avanço de 1,1%. Com isso, a inflação na base anual chegou na maior taxa desde novembro de 1981.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. A alta generalizada da gasolina e da alimentação foram os principais responsáveis pelo aumento do CPI. Só no último mês, o índice de energia avançou 7,5%, contribuindo para quase metade do aumento do mês, só a gasolina subiu 11,2%. Na base anual, a energia registrou alta de 41,6%. Já o índice de alimentos subiu 10,4% nos últimos 12 meses.
O núcleo do CPI, que excluiu os itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,7% em junho, também acima dos 0,5% esperado pelo mercado.
O número veio pior do que o esperado pelo consenso do mercado. Isso pode significar que o banco central dos EUA deve ser mais agressivo no aperto monetário nos próximos encontros dos membros do Fed. Além disso, o país demonstra estar com dados de trabalho muito apertados, onde há mais vagas do que candidatos – o que corrobora com o aumento dos salários de funcionários e auxilia no avanço da inflação. Vale lembrar que esse aperto afeta o mercado de renda variável, já que ativos de renda fixa da maior economia do mundo ficarão mais atrativos do que ativos como ações, por exemplo. É também um ponto importante analisar qual será o tom dos discursos junto ao Livro Bege (parecido com a nossa Ata do Copom), que será divulgado ainda hoje.
Vinicius Felchack, Executivo de Investimentos da Invest4U
A expectativa do mercado é de que o Fed aumente a taxa de juros em 0,75 pontos percentuais na próxima reunião do Fomc. No entanto, uma alta de 1 p.p não é descartada.