Após subir em 9 cidades em junho, o preço médio da cesta básica diminuiu em 10 das 17 capitais brasileiras no mês de julho. É o que aponta a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Entre junho e julho, as reduções mais expressivas ocorreram em Natal (-3,96%), João Pessoa (-2,40%), Fortaleza (-2,37%) e São Paulo (-2,13%). Já as maiores altas ficaram em Vitória (1,14%), Salvador (0,98%), Brasília (0,80%) e Recife (0,70%).
A comparação anual do valor da cesta mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 11,07%, em Aracaju, e 26,46%, em Recife. Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades, com destaque para as variações de Recife (15,83%), Belém (13,70%), Aracaju (13,48%) e Brasília (13,25%).
Com base na cesta mais cara, que, em julho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima que o valor do piso nacional deveria ser de R$ 6.388,55, ou 5,27 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Em junho, o valor necessário era de R$ 6.527,67. Em julho de 2021, o valor deveria ter ficado em R$ 5.518,79, ou 5,02 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.
Capital | Variação em julho | Preço da cesta | Variação em 2022 | Variação nos últimos 12 meses |
Vitória | + 1,14% | R$ 700,75 | + 5,85% | + 14,42% |
Salvador | + 0,98% | R$ 586,54 | + 13,19% | + 21,54% |
Brasília | + 0,80% | R$ 703,93 | + 13,25% | + 20,88% |
Recife | + 0,70% | R$ 616,63 | + 15,83% | + 26,46% |
Campo Grande | + 0,62% | R$ 707,00 | + 10,23% | + 20,07% |
Belo Horizonte | + 0,51% | R$ 652,07 | + 7,75% | + 18,67% |
Belém | + 0,14% | R$ 633,14 | + 13,70% | + 21,14% |
Goiânia | – 0,17% | R$ 672,91 | + 12,67% | + 19,71% |
Porto Alegre | – 0,18% | R$ 752,84 | + 10,24% | + 14,60% |
Florianópolis | – 0,88% | R$ 753,73 | + 9,31% | + 15,17% |
Rio de Janeiro | – 1,28% | R$ 723,75 | + 8,63% | + 16,48% |
Aracaju | – 1,35% | R$ 542,50 | + 13,48% | + 11,07% |
Curitiba | – 1,78% | R$ 688,78 | + 9,60% | + 11,12% |
São Paulo | – 2,13% | R$ 760,45 | + 10,13% | + 18,73% |
Fortaleza | – 2,37% | R$ 641,46 | + 10,78% | + 13,97% |
João Pessoa | – 2,40% | R$ 572,63 | + 12,10% | + 16,32% |
Natal | – 3,96% | R$ 587,58 | + 10,96% | + 16,01% |
Comportamento dos alimentos da cesta básica
Entre junho e julho, o preço do litro de leite integral e do quilo da manteiga aumentou nas 17 cidades, segundo a pesquisa. Já o preço do quilo do pão francês subiu em todas as cidades, exceto em Aracaju. A farinha de trigo aumentou em oito das 10 cidades pesquisadas, enquanto o valor do quilo da banana aumentou em 15 das 17 cidades. Por outro lado, houve queda do preço da batata em todas as cidades na região Centro-Sul, enquanto o quilo do tomate diminuiu de preço em todas as capitais entre junho e julho. Já o preço do óleo de soja caiu em todas as cidades, exceto em Vitória.