Os caças chineses cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan pela segunda vez nesta terça-feira, o que foi descrito pelo governo taiwanês como um movimento “provocativo e perigoso”. A autoridade de alto escalão taiwanesa denunciou a “irritante campanha de desinformação” sobre a segurança da ilha autogovernada diante das crescentes tensões com Pequim.
A China tem reivindicado Taiwan como seu próprio território, apesar das fortes objeções da ilha. Nos últimos três anos, a Taiwan relatou missões quase diárias de aeronaves militares chinesas nas proximidades e, desde agosto passado, travessias regulares na linha mediana que costumava servir como uma fronteira não oficial.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse que oito caças chineses cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan na manhã desta terça-feira, e quatro navios de guerra chineses também se juntaram a uma “patrulha conjunta de prontidão de combate”. A China não confirmou imediatamente o incidente. No entanto, essas manobras militares são vistas como um aviso a Taipei após o anúncio de novas sanções dos EUA contra Pequim.
O porta-voz do ministério de defesa de Taiwan afirmou que as provocações unilaterais e irracionais da China não estão ajudando a segurança regional. Sun Li-fang fez essa declaração durante uma viagem para observar exercícios antiaéreos pré-planejados, em que soldados dispararam mísseis Stinger fabricados nos Estados Unidos para abater drones.
Os exercícios militares da China visavam a ilha de Taiwan e foram realizados após a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, se encontrar com o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Kevin McCarthy, em Los Angeles. Os ataques de precisão e o bloqueio da ilha fazem parte de um plano mais amplo para impedir que os Estados Unidos intervam militarmente no conflito entre a China e Taiwan.
Apesar das atividades militares da China, a vida continua normalmente em Taiwan.
Em um esforço para obter o apoio da comunidade internacional, o vice-ministro de Relações Exteriores de Taiwan, Roy Lee, anunciou que o governo planeja convidar parlamentares, autoridades e acadêmicos estrangeiros para visitar a ilha. Falando a repórteres em Taipei, Lee disse que uma das razões pelas quais o governo deseja tais visitas é permitir que os estrangeiros vejam a situação por si mesmos. Ele também afirmou que Taiwan aceitaria qualquer manifestação de apoio de países com interesses semelhantes.
O presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse que a ilha está sendo alvo de uma “campanha de desinformação” por parte da China, que tem tentado isolar o governo democraticamente eleito de Taiwan. Tsai disse que a China tem procurado atrair os amigos e parceiros de Taiwan para o seu lado, usando a mídia e a diplomacia para espalhar “mentiras” sobre a situação na ilha.
O primeiro-ministro taiwanês, Su Tseng-chang, disse que o seu país está confiante de que os Estados Unidos enviarão cada vez mais embaixadores e turistas para Taiwan, à medida que a China continua a tentar intimidar o governo de Taipei. Su Tseng-chang acrescentou que a China não conseguiu impedir o crescente interesse do Ocidente em Taiwan e que Pequim não pode usar a força para subjugar o povo taiwanês.