Os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) reforçaram na última reunião de política monetária da instituição, realizada no mês passado, que os juros podem ser elevados “algum tempo” após o fim da compra de ativos, que está prevista para terminar no início do terceiro trimestre. “A proposta foi vista como consistente com a possibilidade de decidir encerrar as compras líquidas de ativos já no final do segundo trimestre ou início do terceiro trimestre”, diz a ata da reunião que foi divulgada nesta quinta-feira (19).
A ata ainda mostrou que boa parte dos integrantes do BCE estão preocupados com a recente alta da inflação na zona do euro, que se manteve no recorde histórico de 7,4% em abril. Com isso, algumas semanas ou meses após o final do relaxamento quantitativo (QE) os juros podem ser elevados. “A abordagem não impede um aumento oportuno das taxas se as condições assim o justificarem”, ressalta o documento.
Alguns dirigentes ainda consideram importante demonstrar o compromisso do BCE com a estabilidade de preços, não agindo com “atrasos indevidos”. “Tal ação é considerada necessária para evitar que o repique temporário de inflação mais alta se consolide e para evitar que as expectativas de inflação subam ainda mais em relação à meta do Conselho do BCE”, afirma o texto.
Segundo os dirigentes da instituição, os recentes dados econômicos sugerem que a guerra na Ucrânia irá desacelerar a recuperação econômica mundial, mas não irá interrompê-la. Sendo assim, os BCE deve manter como característica permanente a flexibilidade em relação a política monetário do bloco.
Segundo as especulações do mercado, os juros devem ser aumentados em julho.