Apesar da expectativa de deflação nos próximos três meses, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que não deve haver corte na taxa básica de juros, a Selic, num futuro próximo.
“No Brasil, como começamos o processo de aperto monetário mais cedo e de maneira rápida, existe a percepção de que estamos no fim do processo e um dos únicos países em que o mercado espera cortes de juros. A gente não pensa em corte de juros no momento. Pensamos em finalizar o trabalho e isso significa a convergência da inflação. O Banco Central entende que ainda há um elemento de preocupação grande com a inflação no Brasil”, afirmou Campos Neto durante a participação de um evento.
Atualmente o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, está em 4,77% no ano e em 10,07% nos últimos 12 meses. A expectativa do mercado, segundo o Boletim Focus da última segunda-feira (5), é de que a inflação feche o ano em 6,6%. A taxa básica de juros deve se manter inalterada até o final do ano, ficando nos atuais 13,75%.
O diretor do Banco Central, Bruno Serra, afirmou durante uma live nesta terça-feira (6) que a perspectiva realmente não é de um corte na Selic nos próximos trimestres. “Temos que tomar a decisão correta a cada 45 dias. O mercado tenta antecipar [o processo] seis meses a um ano. Todos os cenário são possíveis, incerteza está elevada. Mas parece inconsistente projetar a inflação acima do centro da meta, em particular para 2024, e discutir queda de juros. É desafiador imaginar um cenário desses“, disse.